- Os documentários impactantes da Netflix, Bebê Rena e Posso te contar um segredo?, ressaltam a necessidade urgente de conscientização sobre privacidade digital. Inspirados por essas narrativas assombrosas, criamos um guia abrangente para combater a perseguição cibernética e o assédio digital.
. - Cherlynn Cha, Gerente do Centro de Operações de Segurança da ExpressVPN, empresta a sua experiência em cibersegurança, enfatizando medidas de proteção como senhas fortes e o uso de VPN.
. - Embora a perseguição cibernética e o assédio digital sejam práticas diferentes, ambos visam controlar e instigar o medo, usando táticas como mensagens não solicitadas, humilhação pública e a criação de perfis falsos.
. - 41% dos adultos nos EUA já enfrentaram assédio online versus 51% dos britânicos. Mais de 20% dos estadunidenses já sofreram perseguição cibernética, assim como 25% dos britânicos, o que destaca um apelo urgente por conscientização e ações de proteção.
. - Estratégias para combater o abuso digital incluem definir controles de privacidade rigorosos, alertar a sua rede de amigos, familiares e colegas se alguém estiver se passando por você, e documentar interações para possíveis ações legais.
. - Apoiar as vítimas envolve oferecer um espaço seguro, educar a si mesmo e aos outros, e defender proteções legais mais rigorosas para combater o assédio digital de maneira eficaz.
Já sentiu um arrepio na espinha enquanto assistia à Netflix?
Essa é a sensação perturbadora que Bebê Rena despertou, com sua narrativa real e envolvente de perseguição física e digital. A série, baseada nas experiências angustiantes do comediante Richard Gadd, lança luz sobre a realidade assustadora de ser vigiado tanto offline quanto online.
Da mesma forma, Posso te contar um segredo? da Netflix mergulha ainda mais fundo no mundo inquietante da perseguição cibernética e do assédio digital. Este documentário mostra o lado sombrio da perseguição cibernética e do assédio digital, destacando as histórias de três mulheres (Zoe Jade Hallam, Lia Hambly e Abby Furness), cada uma presa na rede de assédio online de um único perpetrador.
Suas experiências angustiantes, desde serem imitadas até receberem avanços indesejados e incessantes, servem como um lembrete sombrio do lado negativo da nossa interconectividade digital. As redes sociais e a internet, plataformas projetadas para nos aproximar, também podem invadir perigosamente a nossa privacidade.
Em resposta às histórias dessas vítimas e às crescentes preocupações destacadas por ambas as séries, desenvolvemos este guia com insights de Cherlynn Cha, uma especialista em cibersegurança da ExpressVPN, oferecendo passos práticos para proteger-se do abuso digital.
Pronto para recuperar a sua paz de espírito digital?
Aviso Legal: Este guia é apenas para fins informativos e não oferece aconselhamento jurídico ou profissional. Se você está enfrentando ameaças ou assédio, é importante consultar profissionais licenciados, como advogados ou agências de aplicação da lei. As estratégias e informações fornecidas neste guia têm o objetivo de informar e orientar e não substituem o aconselhamento especializado em situações críticas.
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Compreendendo a perseguição e o assédio digital
O impacto psicológico do abuso online
Guia de resposta à perseguição e ao assédio digital
- Etapa 1: Mensagens indesejadas
- Etapa 2: Isolamento social
- Etapa 3: Perseguição física e assédio direto
Protegendo a sua presença online
Como apoiar as vítimas de perseguição e assédio digital
Um apelo por proteções mais fortes
Sobre a especialista
Compreendendo a perseguição e o assédio digital
A perseguição cibernética e o assédio digital podem parecer dois lados da mesma moeda, mas eles seguem regras diferentes em nosso mundo online. Cada um tem o seu próprio manual para dificultar a vida, o seu próprio tipo de destruição a ser causada e o seu próprio conjunto de sinais de alerta. Mas, no fundo, elas compartilham um objetivo sinistro: assumir o controle e espalhar o medo.
Veja a seguir como eles se comparam:
- O assédio digital geralmente envolve comportamentos repetidos com a intenção de intimidar, controlar ou constranger uma pessoa. Isso pode se manifestar por meio de mensagens não solicitadas, intimidação, humilhação pública ou divulgação de informações falsas online.
- A perseguição cibernética, por outro lado, abrange monitoramento contínuo, rastreamento e comunicação indesejada. Os perseguidores podem usar spyware e tecnologia GPS para rastrear locais ou criar perfis falsos para se envolver ou monitorar o seu alvo.
Assédio digital | Perseguição cibernética | |
Definição | Envolve comportamento online repetido com o objetivo de intimidar, controlar ou constranger um indivíduo. | Envolve monitoramento contínuo, rastreamento e comunicação indesejada, criando uma sensação de medo e angústia. |
Métodos | Mensagens não solicitadas, vergonha ou humilhação pública, divulgação de informações falsas. | Uso de spyware ou GPS para rastrear a localização, monitorar a atividade e a comunicação online, criando perfis falsos para interagir com a vítima. |
Impacto | Leva a sofrimento emocional, sensação de insegurança online e danos à reputação. | Causa temor significativo pela segurança pessoal, leva a mudanças na rotina diária e afeta a saúde mental. |
Sinais | Receber mensagens persistentes e indesejadas; ser alvo de rumores ou difamação online. | Sentir-se observado ou seguido online, perceber que contas desconhecidas demonstram interesse excessivo, conhecimento inexplicável de sua vida pessoal por outras pessoas. |
As histórias de Hallam, Hambly e Furness em Posso te contar um segredo? não são incidentes isolados, mas parte de uma tendência maior e perturbadora que se estende por todo o mundo. Estudos e pesquisas revelam consistentemente índices alarmantes de assédio digital e perseguição, destacando a urgência de conscientização e ação.
Cha explica: “Com o aumento do uso da mídia social e das plataformas de comunicação digital, temos mais pessoas e mais informações sobre pessoas nessas plataformas. O volume de assédio digital aumentou, pois ficou mais fácil para os perseguidores encontrarem vítimas e informações sobre suas vítimas.”
Um estudo do Pew Research Center revelou que 4 em cada 10 usuários da Internet nos EUA já sofreram alguma forma de assédio online, desde casos menos graves, como xingamentos, até formas mais invasivas, como perseguição. Da mesma forma, um estudo da Statista revelou que 51% dos britânicos já sofreram cyberbullying e 36% já foram trollados online.
Enquanto isso, uma pesquisa separada indicou que a perseguição cibernética foi relatada por aproximadamente 1 em cada 5 estadunidenses, sendo que 29% afirmaram conhecer alguém que foi vítima de um crime na Internet. Além disso, de acordo com o Statista, 25% dos britânicos relataram ter sido vítimas de perseguição cibernética.
E o impacto do assédio digital e da perseguição não é distribuído de forma homogênea, sendo que as mulheres jovens enfrentam o maior risco. A pesquisa da Pew indica que 33% das mulheres com menos de 35 anos sofreram assédio online (em comparação com 11% dos homens), com uma parcela significativa (13%) desses encontros se transformando em perseguição e ameaças físicas.
“Tudo o que pode ser necessário [para um perseguidor online] para localizá-lo pode ser apenas uma única foto sua.”
Cha diz que o anonimato proporcionado pela Internet, juntamente com a facilidade de criar perfis falsos e acessar informações pessoais, apenas exacerbou o problema. “Além disso, os avanços na tecnologia, como o reconhecimento de imagens por IA, podem oferecer maneiras novas e mais fáceis para os perseguidores encontrarem e assediarem suas vítimas; tudo o que é necessário para localizá-lo pode ser apenas uma única foto sua”, diz ela.
O impacto psicológico do abuso online
O trauma infligido pela perseguição cibernética e pelo assédio digital vai muito além do estresse imediato das interações indesejadas. De acordo com especialistas, as vítimas geralmente enfrentam efeitos psicológicos de longo prazo que podem alterar profundamente o seu senso de segurança, confiança e bem-estar.
Ansiedade e medo
A exposição constante ao assédio pode criar um estado de hipervigilância, em que as vítimas estão sempre no limite, antecipando o próximo ataque. Isso pode levar a transtornos de ansiedade e ataques de pânico, prejudicando significativamente o funcionamento diário. Um estudo da Associação Americana de Psicologia (APA) constatou que as vítimas de perseguição cibernética relatam níveis mais altos de ansiedade em comparação com as que não são alvo.
Depressão
O isolamento que geralmente ocorre quando se é alvo de abuso online pode se transformar em depressão. A APA também observa que as vítimas de cyberbullying, uma forma de assédio digital, apresentam maior incidência de sintomas depressivos, incluindo tristeza persistente, perda de interesse em atividades e sentimentos de inutilidade.
Distúrbios do sono
O estresse associado à perseguição e ao assédio digital pode perturbar os padrões de sono, levando à insônia ou a pesadelos. Uma pesquisa publicada no Journal of Psychiatric Research indica que as pessoas que sofrem assédio cibernético têm maior probabilidade de sofrer de distúrbios do sono, o que afeta a saúde geral e a capacidade de lidar com o estresse.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
Em casos graves, a perseguição digital pode desencadear sintomas semelhantes ao TEPT, como flashbacks, ansiedade grave e pensamentos incontroláveis sobre o assédio. Um estudo publicado na revista JMIR Mental Health destacou a prevalência de sintomas de TEPT entre as vítimas de assédio online.
Impacto na autoestima e nos relacionamentos sociais
A natureza generalizada do abuso online também pode corroer a autoestima e criar uma sensação de isolamento. As vítimas podem se afastar das interações sociais, tanto online quanto offline, para evitar mais assédio. As pesquisas sugerem que as pessoas que sofreram abuso online relatam uma diminuição da confiança nos outros e uma relutância em se envolver em futuras interações online.
As consequências psicológicas da perseguição e do assédio cibernético são um lembrete alto e claro de que a vigilância online não é negociável. Mensagens persistentes e indesejadas ou aquela sensação estranha de que está sendo observado são alarmes que exigem ação.
Se você estiver sendo assediado online contra a sua vontade, veja aqui como se manter firme e se proteger em todas as etapas:
Guia de resposta à perseguição e ao assédio digital
Inspirado na progressão inquietante observada em Posso te contar um segredo?, este guia investiga a natureza multifacetada do abuso digital, em que a perseguição e o assédio cibernéticos às vezes se transformam em ameaças à privacidade online, culminando, por fim, em perseguição física.
Etapa 1: Contato inicial – mensagens indesejadas
O que parece
A jornada para o pesadelo do assédio digital geralmente começa de forma inocente: uma pessoa desconhecida entra em contato com uma ou duas mensagens amigáveis por meio de uma de suas plataformas digitais. Na inquietante progressão retratada no filme Posso te contar um segredo?, as vítimas primeiro encontram mensagens que parecem inofensivas, até mesmo sociáveis. No entanto, o tom muda rapidamente. O remetente logo começou a interpor mensagens bizarras e incômodas, culminando com o pedido sinistro: “Posso te contar um segredo?”
Apesar das tentativas de encerrar a comunicação, o assédio se intensificou. As vítimas que bloquearam o agressor se viram bombardeadas com mensagens de novas contas, suportando um dilúvio incessante de mensagens de texto; às vezes recebendo centenas diariamente, que variavam de absurdas a ameaças diretas. Esse padrão indica não apenas uma violação da privacidade digital, mas o início de uma campanha de perseguição cibernética direcionada.
Medidas a serem tomadas
“No momento em que você perceber uma violação em seu espaço digital, é imperativo agir”, diz Cha. “A implementação de fortes controles de privacidade e o uso de senhas fortes e exclusivas são a sua primeira linha de defesa.” Igualmente importante é a documentação de todas as interações. Isso serve não apenas como prova, mas também como um registro claro do comportamento indesejado, caso seja necessário tomar medidas legais.
Medidas de segurança
- Em resposta às táticas empregadas pelo autor do programa, em que mensagens amigáveis se transformam em um cerco de assédio e tentativas de invadir as contas das vítimas, Cha recomenda as seguintes estratégias defensivas:
- Privacidade e senhas:
- Mude os perfis de mídia social para privados e use senhas fortes e exclusivas em todas as contas, aproveitando um gerenciador de senhas para aumentar a segurança. Ative a autenticação de dois fatores (2FA) para obstruir ainda mais as tentativas de acesso não autorizado. Além disso, certifique-se de nunca compartilhar as suas senhas de uso único (OTPs) com ninguém.
- Use uma VPN: use uma VPN de alta qualidade, como a ExpressVPN, para criptografar a sua conexão com a Internet e ocultar o seu endereço IP, mantendo a sua atividade segura contra interceptação e protegendo a sua localização contra perseguidores.
- Monitoramento regular: fique atento às atividades de mídia social para detectar sinais de acesso não autorizado ou tentativas suspeitas de conexão. As plataformas normalmente alertam os usuários sobre atividades incomuns; preste atenção a esses avisos e tome medidas imediatas.
- Lidar com assédio persistente: considerando a tática do criminoso de contornar bloqueios trocando de conta, é imperativo manter um nível elevado de segurança digital. Se você encontrar mensagens que o atraiam com links, especialmente sob o pretexto de revelar segredos ou aumentar o contato, isso pode ser uma tentativa de se infiltrar ainda mais em sua vida digital, possivelmente levando à invasão de contas, como ocorreu com as vítimas no documentário.
Documentação
Comece a manter um registro meticuloso de todas as comunicações recebidas do perseguidor. Isso inclui e-mails, mensagens diretas, comentários e até mesmo tentativas de contatá-lo por meio de outras pessoas. Capturas de tela, registros de data e hora e cópias de todas as interações são essenciais, pois essa documentação pode servir como prova caso seja necessário tomar medidas legais.
Não se envolva
Embora o instinto possa ser o de se envolver ou confrontar, em casos de perseguição ou assédio cibernético, o silêncio pode ser mais poderoso. Às vezes, o envolvimento pode alimentar as motivações do perseguidor. Em vez disso, concentre-se em proteger a sua pegada digital e busque o apoio de amigos, familiares ou profissionais que possam ajudar a navegar nessas águas turbulentas.
Etapa 2: Escalonamento – isolamento social
O que parece
Durante essa etapa, o assediador adota uma estratégia destinada a isolar as vítimas socialmente, empregando táticas que geralmente misturam manipulação psicológica com comportamento criminoso. Isso pode incluir invadir as contas de mídia social das vítimas e se passar por elas para enviar mensagens prejudiciais a seus amigos, familiares e conhecidos. Por exemplo, em Posso te contar um segredo?, uma vítima descobriu que a sua conta estava sendo usada para propor sexo ao pai de uma amiga, enquanto outra ficou horrorizada ao descobrir mensagens enviadas de sua conta para os maridos de suas amigas, arruinando amizades e causando humilhação pública.
E quando o criminoso não conseguia invadir diretamente as contas, ele criava perfis falsos com os nomes e as fotos das vítimas. Esses perfis eram então usados em uma campanha maliciosa para difamar e isolar ainda mais as vítimas, entrando em contato com pessoas próximas a elas com mensagens inadequadas ou enganosas. Isso não apenas espalhou confusão e traição, mas também transformou as vítimas em párias sociais em suas próprias redes, mostrando os esforços calculados do criminoso para degradar e controlar as suas vidas por meios digitais.
Medidas a serem tomadas
Ação imediata
Se um criminoso tiver comprometido ou estiver tentando comprometer as suas contas, a Cha recomenda o seguinte:
- Alerte a sua rede de contatos: informe amigos, familiares e colegas sobre o assediador, aconselhando-os a desconsiderar qualquer mensagem suspeita ou prejudicial recebida do que parece ser a sua conta ou de perfis falsos que imitam a sua identidade
- Proteja as contas comprometidas: se você ainda tiver acesso, altere imediatamente as senhas de todas as contas comprometidas. Se estiver bloqueado, entre em contato com a equipe de suporte da plataforma para recuperação ou desativação da conta.
- Denuncie falsificação de identidade: denuncie qualquer perfil falso às respectivas plataformas de mídia social. A maioria delas tem protocolos para lidar rapidamente com a falsificação de identidade e pode trabalhar para remover contas fraudulentas.
- Aprimore as medidas de segurança: Atualize as suas configurações de segurançapara proteger ainda mais as suas contas. Isso inclui ativar a 2FA, usar senhas fortes e exclusivas e revisar as permissões de aplicativos.
Etapa 3: Intensificação – Perseguição física e assédio direto
O que parece
Essa etapa marca uma transição do assédio online para ameaças tangíveis no mundo físico. Você pode perceber que o perseguidor tenta confrontá-lo pessoalmente, aparecendo sem avisar em sua casa, local de trabalho ou em seus locais de encontro regulares. A vigilância, como repetidas visitas de carro ou a descoberta de evidências de que alguém está à espreita perto de seus espaços pessoais, é um aviso claro. Além disso, a natureza das ameaças tende a se tornar mais direta, pessoal e intimidadora, indicando uma grave escalada nas intenções do perseguidor.
Por exemplo, em Posso te contar um segredo?, uma das vítimas anteriores do agressor passou por um ano horrível de tormento. O perseguidor não só enviava mensagens comentando a cor de suas roupas enquanto ela estava trabalhando no lava-rápido, mas também sabia quando ela estava sozinha em seu veículo, esperando o namorado pegar um pedido para viagem. Essas ações invasivas a deixaram em um estado de medo constante e hipervigilância, vendo-se incessantemente olhando por cima do ombro, procurando o perseguidor em cada esquina.
Medidas a serem tomadas
Cha destaca a necessidade de uma abordagem abrangente de segurança que combine vigilância digital com medidas de segurança física. “Nesse ponto, sua identidade no mundo real foi comprometida e alguém descobriu quem você é na vida real. Isso exige uma resposta imediata e séria”, diz ela.
Planos de segurança
Se você acredita que está sendo perseguido, é essencial priorizar a sua segurança física. Compartilhe a sua localização ao vivo com um círculo próximo de pessoas confiáveis que possam monitorar o seu bem-estar. Estabeleça rotas seguras para o deslocamento e identifique locais públicos para onde você possa se refugiar caso se sinta ameaçado. Mudar a sua rotina diária de forma imprevisível também pode despistar alguém que esteja rastreando os seus movimentos.
“Revise também as medidas de segurança física, como a segurança de sua casa”, diz Cha. “Se o perseguidor entrar em contato com você, não se envolva e, principalmente, não o encontre na vida real.”
Recurso legal
“Se você acredita que a sua segurança está em risco, denuncie à polícia o mais rápido possível”, diz Cha. Registre um boletim de ocorrência detalhando o assédio, inclusive qualquer evidência de ameaças online e tentativas de encontros físicos.
“A documentação das etapas anteriores é de grande valia aqui”, acrescenta Cha. “Envie capturas de tela das mensagens do perseguidor e outras informações relacionadas, como o seu perfil e nome de usuário. Para a perseguição offline, relate todas as interações no mundo real, incluindo hora e local.”
Procurar representação legal também pode orientá-lo no processo de obtenção de ordens de proteção, que são injunções legais destinadas a impedir que o perseguidor faça qualquer tipo de contato ou se aproxime de você.
Analise a sua pegada digital
“Integrar medidas de segurança digital e física também é essencial”, aconselha Cha. “Continue a monitorar e proteger a sua presença online para evitar que o perseguidor obtenha mais informações sobre você. Limite a quantidade de informações que você compartilha online para reduzir os danos. Por exemplo, tente pesquisar no Google para ver quais informações podem ser encontradas sobre você publicamente e revise os seus perfis e configurações de mídia social.”
Protegendo a sua presença online
Cha diz que os perseguidores usam as informações que podem encontrar online contra as suas vítimas para assediá-las e obrigá-las a se envolver. “Embora talvez não seja viável ou desejável evitar colocar informações nas mídias sociais, você pode limitar a exposição de seus dados.” Veja como:
- Seja cauteloso ao compartilhar informações pessoais online, como o seu nome completo, endereço, número de telefone ou outros detalhes de identificação. Limite a quantidade de informações que você compartilha nas mídias sociais e em outras plataformas online, especialmente informações que poderiam ajudar um perseguidor a localizar onde você está.
- Observe as informações que, embora por si só não revelem a sua identidade, podem ser usadas junto com outras informações para revelar quem você é.
- Por exemplo, o seu primeiro nome sozinho pode não revelar muito e o seu local de trabalho também não. Entretanto, se você colocar o seu primeiro nome e o local de trabalho em uma única conta, essas duas informações poderão ser correlacionadas para descobrir exatamente quem você é.
- Revise e atualize as configurações de privacidade em suas contas de mídia social e outros perfis online. Muitas plataformas oferecem a opção de personalizar o acesso às informações que você compartilha, use-as para limitar quem pode ver as suas publicações, fotos e informações pessoais.
- Evite compartilhar a sua localização exata e tenha cuidado ao compartilhar detalhes pessoais que possam ser usados para identificá-lo ou localizá-lo offline. Algumas plataformas de mídia social marcam automaticamente as suas publicações com a sua localização – revise essas configurações e desative esse recurso se não precisar dele.
Verifique se houve vazamento de credenciais de conta
Embora seja mais comum que os criminosos cibernéticos explorem violações de dados, procurando detalhes de login na dark web para invadir contas, é fundamental ter uma estratégia de defesa proativa para evitar possíveis danos causados por uma conta online violada. A adoção de uma estratégia de defesa proativa pode ajudá-lo a evitar esses incidentes. Cha recomenda o uso de serviços de monitoramento de identidade para verificar se o seu e-mail foi envolvido em alguma violação de dados, o que poderia expor detalhes de login. “Meu favorito é o Have I Been Pwned, que mantém um enorme banco de dados de violações de dados anteriores e permite que você insira o seu e-mail para verificar se ele foi comprometido anteriormente em alguma dessas violações”, diz ela.
Se você descobrir que as suas informações fazem parte de uma violação de dados:
- Altere as suas senhas imediatamente, especialmente para contas que usam o mesmo e-mail ou senha expostos na violação.
- Alerte as instituições financeiras se alguma informação financeira estiver em risco.
- Considere serviços de monitoramento de crédito para ficar atento a transações não autorizadas ou contas abertas em seu nome.
- Fique atento a tentativas de phishing que possam usar as informações violadas para induzi-lo a fornecer mais dados.
Como apoiar as vítimas de perseguição e assédio digital
Conhecer alguém preso nas sombras da perseguição ou assédio digital pode fazer com que você se sinta desamparado, mas o seu apoio pode ser um farol de esperança. Se você conhece alguém que foi perseguido ou assediado online ou pessoalmente, veja como você pode ajudá-lo(a) a recuperar a sua sensação de segurança e paz:
- Seja o espaço seguro dessa pessoa: comece ouvindo. Inicie uma conversa em que a pessoa se sinta vista e ouvida, sem julgamentos. A validação pode ser incrivelmente poderosa. Faça com que ele(a) saiba que não é culpa dele(a), que não está sozinho(a) e que seus sentimentos são totalmente válidos.
- Eduque-se: compreender os detalhes da perseguição e do assédio digital permite que você ofereça mais do que apenas apoio emocional, você se torna um conselheiro valioso. Familiarize-se com os sinais, o impacto psicológico e as medidas que a pessoa pode tomar para se proteger.
- Oriente a pessoa a procurar ajuda profissional: incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais, seja aconselhamento jurídico, aconselhamento ou especialistas em segurança cibernética. Navegar pelas consequências do assédio digital pode ser desgastante. A orientação profissional pode proporcionar clareza, direção e um senso de controle.
- Recursos e suporte: compile uma lista de organizações, linhas diretas e recursos online dedicados a apoiar vítimas de perseguição. Locais como a National Cyber Security Alliance (NCSA) e a The Cyber Helpline oferecem uma grande quantidade de informações e assistência para as pessoas afetadas.
- Defenda a segurança dele(a): Ofereça-se para ajudar a implementar medidas de segurança, desde o reforço das configurações de privacidade da mídia social até a instalação de software de segurança. Ser proativo em relação à segurança pode fazer toda a diferença. “Trata-se de criar uma fortaleza em torno de sua vida digital”, diz Cha. “Etapas simples, como alterar senhas, ativar a autenticação de dois fatores e educar sobre a importância da privacidade online, contribuem significativamente para a segurança geral.”
- Mantenha-se presente: por fim, continue se informando. Seu apoio e segurança contínuos podem ser uma força poderosa na jornada de recuperação deles.
Um apelo por proteções mais fortes
**Spoilers de Posso te contar um segredo? a seguir**
Matthew Hardy, a figura central em Posso te contar um segredo?, foi condenado a uma pena de oito anos de prisão sem precedentes por sua campanha invasiva de perseguição cibernética. Essa decisão histórica destaca a gravidade da exploração das plataformas digitais por Hardy para atacar indivíduos como Hallam, Hambly, Furness e muitos outros. Sua condenação marca um momento crítico no combate à perseguição e ao assédio digital, destacando a necessidade de uma infraestrutura digital fortalecida e a necessidade urgente de reforma legislativa.
Mas isso é apenas um ponto de partida. As leis atuais estão defasadas em relação à rápida evolução dos recursos digitais, deixando vulnerabilidades abertas que são exploradas por criminosos como Hardy. Há uma necessidade de leis mais adequadas às complexidades do nosso mundo online, leis que possam efetivamente deter possíveis perseguidores, oferecer recursos claros para as vítimas e delinear penalidades específicas e aplicáveis para os infratores.
Além disso, o papel dos sistemas policiais e judiciais na aplicação dessas leis não pode ser exagerado. É essencial que essas entidades estejam equipadas com o conhecimento, as ferramentas e os recursos para enfrentar o perseguidor cibernético de frente. Isso inclui programas de treinamento que estejam atualizados com as últimas tendências digitais e técnicas forenses cibernéticas, garantindo uma resposta eficaz às denúncias de abuso digital.
No entanto, até que essa mudança ocorra, a conscientização é muito importante. Programas como Posso te contar um segredo? não apenas expõem verdades obscuras, mas também ressaltam o poder do conhecimento. Ao divulgar a conscientização, confrontamos diretamente a pergunta que o documentário faz com um sonoro “não”.
Sobre a especialista
Cherlynn Cha é Gerente do Centro de Operações de Segurança da ExpressVPN, onde desempenha um papel fundamental no reforço da estrutura de segurança cibernética. Com foco em modelagem avançada de ameaças e caça a ameaças, Cha lidera iniciativas destinadas a identificar e mitigar possíveis ameaças cibernéticas. Seu trabalho é fundamental para garantir a privacidade e a segurança dos usuários, mantendo-se à frente do cenário de ameaças digitais em evolução. Com a sua experiência, Cha contribui para o desenvolvimento e a implementação de estratégias de segurança robustas, protegendo os usuários contra os inúmeros riscos presentes no mundo online. Seu compromisso com a privacidade e a segurança ressalta a missão da ExpressVPN de oferecer uma experiência de Internet segura e protegida para todos os seus usuários.
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